3.- Da descrição histórica à simulação virtual: o salão de Madeira das festividades do casamento do Infante D. Afonso, com a Infanta D. Leonor de Castela em Évora. (1490)
No contexto do projeto de recriação e simulação virtual mais alargado - Evora 3D - e procurando enquadrar o estudo de caso a apresentar, abordaremos algumas reflexões sobre os desafios que as tecnologias digitais oferecem à investigação na área da História de Arte e do Património Cultural
Sumário sobre o Estudo de Caso.
O grande salão das festividades do casamento do Infante D. Afonso, primogénito de D. João II com a Infanta Leonor de Castela constituiu um momento ímpar na história da monarquia portuguesa. Tendo sido celebrado o matrimónio em Évora, perdurou solenemente a estrutura efémera mandada erguer pelo soberano português, assumindo-se de forma plena uma intencionalidade régia: a de elevar o seu reinado e marcar decisivamente a sua figura no contexto das monarquias europeias.
A célebre Sala de Madeira, descrita pelos cronistas Rui de Pina (1440 — 1522/1523) e Garcia de Resende (1470 -1536), foi destruída no final das festividades, pelo que assumir a tentativa de a reconstruir digitalmente passa, de forma exclusiva, pela leitura atenta da documentação que nos chegou, sendo, como tal, um processo de singular aproximação no contexto das Humanidades Digitais.
No global, e mesmo assumindo que é somente possível fazer a interpretação de uma realidade possível a partir das crónicas supracitadas, criou-se uma proposta de organização espacial, com subsequente estudo comparativo, de modo a conceder-lhe uma dimensão visual de cariz imersivo, nomeadamente através da aplicação de materiais e elementos (mobiliário) de época.
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Alexandra Trindade Gago da Câmara historiadora de Arte; Doutora em História de Arte Moderna na Universidade Aberta. Professora Auxiliar e vice-coordenadora do Mestrado em Estudos do Património. Investigadora integrada do Centro de História da Arte e Investigação Artística (CHAIA) da Universidade de ÉvoraGustavo Val Flores Câmara Municipal de Évora | CHAIA – Centro de História de Arte e Investigação Artística
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